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Excelente relato, Daniel!

Muito bem detalhado em cada peculiaridade do carro... Identifiquei-me várias vezes nas situações apontadas, desde o quebra-quebra dos pinos de rebatimento (malditos funcionários brutos de lava-jatos) até o sofrível som do japonês, que prontamente substituí (com sua grande ajuda, frise-se, no relato do site). Eu, como também usuário há 3 anos do carro, discordo de muito pouco, talvez pelo uso que faço do carro, talvez pelo tipo de relevo e de trilhas que tenho por aqui no RN.

Por exemplo, o snorkel, ao meu ver, é imprescindível pra quem pretende usar o carro fora da cidade. Já vi muito Jimny beber água ou molhar o filtro (onde não passou nem perto de flutuar), seja pela velocidade de entrada no alagado, seja por buracos inesperados em travessias ou por atoladas imprevistas em trechos aparentemente fáceis. O snorkel é um investimento relativamente baixo (aproximados R$ 700,00 no renomado OGZ) que podem evitar um calço hidráulico e muita dor de cabeça com um motor que não precisaria ser aberto tão cedo. Pra mim é um baixo preço pra se andar tranquilo na trilha.

Outro ponto que penso diferente é no que atine ao sistema de acionamento do 4x4. Concordo que é muito prático, de fato. Acho muito conveniente apertar um botão e sair de um terreno complicado. Entretanto, acho a confiabilidade baixa. Uma vez que se perde a confiança é difícil apertar o botão e não ter um pensamento receoso de "será que vai engatar?". Já vi muita (muita mesmo) gente com problemas no sistema, inclusive eu.

O sistema a vácuo tem muitos componentes passíveis de falha: as mangueiras do vácuo podem se romper, as válvulas de liberação do vácuo são caríssimas e por vezes dão problema, o vacuostato é passível de queima sem aparente motivo, o filtro anti-retorno pode entupir, as rodas-livres automáticas às vezes dão problema e os plugs elétricos comumente sujam e impedem acionamento, ou os fios ligados aos sensores se partem.  Esses problemas se devem principalmente ao uso do carro em trechos de lama, água ou outras impurezas inerentes às trilhas. O acionamento eletrônico também peca: o atuador, motor elétrico que substitui a manopla, não é totalmente à prova dágua e esporadicamente oxida, perde a condutividade do sistema interno e precisa ser recondicionado ou susbtituído (também já precisei trocar e conheço outras várias pessoas que passaram pelo problema). Não é uma peça barata nem um serviço que qualquer autoelétrica sabe fazer.

Pra mim, o ideal seria ter o acionamento manual da caixa de redução, com o acoplamento das rodas-livres pelo sistema a vácuo (não acho inconveniente o engate manual de modo nenhum, mas a descida para acionamento das rodas livres pode ser um problema em situações adversas de lama inesperada, chuva etc.). Já tive, também, problemas de rompimento dos fios dos sensores de posição da redução (necessários ao acionamento elétrico), que inutilizou os botões no painel até reparo (como você mesmo ressaltou, a posição vulnerável colabora, e hoje uso um protetor de redução da newtrack para evitar nova dor de cabeça. Um simples galho pode partir o fio e deixar o carro sem ligar ou desligar a tração).

Ressalto, nas suas observações, um (ao meu ver) retrocesso, que foi a retirada dos assentos (e não encostos) traseiros bipartidos como eram os modelos 1999-2003, além do parachoque dianteiro muito grande (poderia ter sido mantida a proporção dos antigos, também, sobretudo considerando que todos eles são completamente ocos, sem qualquer tipo de espuma para amortecimento de impactos), pois bate muito fácil em obstáculos simples, dunas, e etc. nas trilhas.

Pra mim, sabendo disso tudo, o carro é apaixonante. É um brinquedo em escala da vida real. É meio que um estilo de vida, se troca o final de semana na cidade pelo passeio pela orla, pela subida de serra, pela trilha com os amigos. É um facilitador de grandes amizades, uma aula de mecânica, um prato cheio pra quem gosta de carro e de mexer em carro. Com uma chave estrela e uma 14 se desmonta tudo. Manutenção básica, óleos, filtros, correias, velas e pronto. Já estou no meu segundo e não pretendo trocar tão cedo.

Parabéns pelo relato!

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