Suzuki Jimny - Avaliação do proprietário após 10 anos de uso

Suzuki Jimny - Avaliação do proprietário após 10 anos de uso

By Daniel
- Updated 2 years ago
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Este artigo foi escrito após 6 anos de convivência com um Suzuki Jimny, ano 2011, fabricado no Japão, como veículo principal. Esta avaliação possui um "tempero" diferente pois a maioria dos textos disponíveis da internet foram escritos por jornalistas que passaram poucas horas (ou minutos) com o carro e por consumidores empolgados que acabaram de adquirir o veiculo e ainda estão vivendo o sonho.

De antemão deixo claro que este review não é neutro e algumas de minhas conclusões definitivamente não são uma unanimidade entre os proprietários do carro.

Resumo

O Suzuki Jimny de terceira geração com o motor M13A (1.3 DOHC 16V VVT Gasolina) existe desde o ano 2000. Nos últimos 16 anos praticamente nada mudou, a exceção de detalhes estéticos como a grade frontal, a tampa do capô e o para-choques. No Brasil, por questões de marketing, o Jimny ganhou uma versão "Cross" (para variar...) e acabou um pouco descaracterizado, retorno a este assunto adiante.

Em resumo, o Jimny é um 4x4 compacto ideal para uso nas seguintes condições:

  • Dois passageiros.
  • Baixas velocidades de cruzeiro: 100 km/h
  • Viagens curtas: possui autonomia de 400-450 km e balança bastante
  • Uso urbano: Possui excelente capacidade de manobra, potência em baixas velocidades e alta visibilidade.
  • Baixíssima manutenção: o projeto é conservador e a mecânica superdimensionada. Não requer ferramentas especiais para quase nenhum reparo nem tampouco equipamentos eletrônicos sofisticados para a manutenção.
  • Econômico para um 4x4 de trilha movido a gasolina.
  • Trilhas off-road muito exigentes: Transmissão integral com redução, pequena largura, pequena distância entre-eixos, elevada altura do solo e ângulos de ataque e suporte a pneus para virtualmente qualquer condição fora de estrada.

O Jimny não é indicado para quem procura:

  • Levar passageiros no banco traseiro (salvo distâncias muito curtas).
  • Velocidade: a partir dos 110km/h o jipe perde agilidade e folego.
  • Fazer longas viagens pelo continente: autonomia baixa, velocidade de cruzeiro baixa, ruído interno, suspensão dura.
  • Eletrônica embarcada: Esqueça os air-bags adicionais, controle de tração, controle de estabilidade, sensores diversos, ar condicionado digital, assistência de partida em rampa, computador de bordo, etc...
  • Acessibilidade: pessoas com deficiência de locomoção como idosos podem ter problemas para entrar e sair do carro. Pessoas muito altas (> 1,85m) também sentirão desconforto em qualquer um dos bancos.
  • Veiculo flex.
  • Seguro barato: jipe classificado com utilitário de uso misto.

Agora descrevo em detalhes as principais características do veiculo e a minha avaliação de cada uma delas.

Motor

O motor M13A (1.3 DOHC 16V VVT Gasolina) de 85cv possui tecnologia suficiente para equipara-lo com os últimos lançamentos no mercado nacional: bloco em alumínio, comando variável de válvulas acionado por corrente, 16 válvulas. O projeto, com mais de 16 anos de estrada, é altamente confiável e como manda a tradição japonesa, conservador, deixando de lado o acelerador eletrônico amplamente difundido nos dias de hoje e a tecnologia Flex.

O posicionamento longitudinal do motor (como nos antigos VW com motor AP) levou o Jimny a ter um imenso compartimento para abriga-lo, grande parte do comprimento do carro se deve à posição do motor entretanto isso trouxe muito espaço embaixo do capô para manutenção e acesso às partes internas. Muitos dos componentes que em veículos normais só seriam acessíveis através da remoção de outros ou até do motor, podem ser substituídos com muita facilidade.

O sistema de arrefecimento do motor é eficiente e robusto, conta com um ventilador mecânico acionado por um mecanismo de acoplamento viscoso ao invés do motor elétrico. Nunca constatei qualquer problema de superaquecimento, mesmo em condições de alta temperatura, baixas velocidade e baixa rotação (trilhas 4x4). A única desvantagem da ventilação mecânica é só funcionar com o motor ligado.

Algumas características do motor foram especialmente ajustadas para as condições off-road, uma delas é a tomada de ar elevada, quase na altura do capô, com formato em sifão para evitar a entrada de agua. Este desenho torna o snorkel, um acessório muito vendido para este tipo de jipe, um mero adendo estético para grande parte dos usuários (O Jimny flutua muito antes de chegar ao nível da tomada de ar original). O alternador também fica posicionado em um ponto mais alto e o módulo da injeção fica bem protegido dentro da cabine. Os diferenciais e a caixa de transferência possuem válvulas que (enquanto novas e limpas), previnem a entrada de água nestes componentes, para mergulhos frequentes é necessário instalar respiros nestes componentes. O único componente completamente exposto em caso de imersão acima da altura das rodas é a embreagem.

O desempenho do Jimny será discutido mais adiante, apesar do excelente motor em termos de confiabilidade, falta potência para algumas atividades.

Transmissão e Tração

O câmbio do Jimny é bastante simples, a caixa de câmbio manual de 5 marchas possui embreagem acionada por cabo (projeto conservador). Como o percurso do pedal da embreagem é longo, o acionamento é bem macio e motoristas mal-acostumados dificilmente sentirão trancos ao tirar o carro da inercia. A troca de marchas é justa, não existe a sensação borrachuda encontrada em veículos da FIAT mas também não é tão firme quanto a da VW. Em função das características mecânicas do câmbio, as vezes não é possível engatar a marcha a ré de primeira, é necessário  movimentar o veículo alguns cm para frente ou para trás para reposicionar as engrenagens e então o engate ocorre.  

A condução até a 3 marcha é muito bem acertada e não deixa a desejar no transito urbano. A quarta e a quinta marcha do Jimny possuem uma relação muito próxima e, por este motivo, em uma estrada diversas vezes o condutor se vê forçado a reduzir para a terceira marcha em uma subida ou ultrapassagem, algo que nem usuários de veículos 1.0 antigos estão acostumados a fazer.

Em modo 4x2 o Jimny opera com tração nas rodas traseiras, como o carro é curto, quase não se nota a diferença na condução. O eixo cardã e o diferencial traseiro infelizmente contribuem significativamente para o ruído na cabine.

O acionamento do 4x4 é eletrônico, através de um botão no painel que aciona o eixo dianteiro e ao mesmo tempo acopla as rodas ao mesmo. Quando o Jimny foi lançado muitos torceram o nariz para este acionamento eletrônico, a verdade é que funciona muito bem, desconheço entre os usuários reclamações quanto a confiabilidade do mesmo. O Suzuki Samurai, pai do Jimny, tinha acionamento do eixo por alavanca e o bloqueio das rodas era feito manualmente em cada uma delas através de um botão no aro, frequentemente o motorista sujava as mãos ao fazer a conversão ou encontrava os bloqueadores emperrados. O sistema de acionamento eletrônico do 4x4 e da reduzida também possui alguns mecanismos de segurança que não permitem a mudança se a velocidade está muito alta ou, no caso da reduzida, se o veículo não está parado e desengatado, isso não existia na versão manual.

Ao acoplar o 4x4 o veiculo perde bastante potência, o motorista passa a conduzir com rotações mais altas no motor e até habituar-se, o carro pode morrer algumas vezes. Como não existe diferencial central não é possível usar o 4x4 em estradas pavimentadas ou com alta aderência sob o risco de "moer" o diferencial (procurar na internet os relatos) a manobra em baixas velocidades como estacionar também é bastante difícil quando tracionado.

A tração 4x4 reduzida em jipes é normalmente utilizada em descidas escorregadias (os freios podem fazer o carro derrapar) ou para sobrepor obstáculos de elevada inclinação. No Jimny, por conta do conjunto motor x câmbio, ela ganha uma nova função: partida em subidas mais íngremes. Sim, o Jimny no modo 4x4 não sai do lugar em subidas um pouco mais íngremes sem engatar a reduzida sendo superado até por veículos de passeio neste quesito.

Os diferenciais, o cardã e a caixa de transferência do Jimny são extremamente robustos e estão muito bem posicionados. Não é necessário qualquer protetor adicional. O único descuido neste projeto são os cabos elétricos do sistema de acionamento da tração, que vão para a caixa de transferência. Eles estão relativamente expostos e podem ser arrancados por um galho, recomendo um reforço e atenção na proteção dos mesmos.

A única manutenção preventiva necessária no sistema de tração é a troca do óleo dos diferenciais, da caixa de transferência e a lubrificação do eixo cardã. O óleo dos diferenciais deve ser trocado se os mesmos foram expostos a muita água ou sempre que você notar um ruído diferente (em especial no diferencial traseiro). O munhão, peça que conecta as rodas ao eixo também precisa ser lavado e lubrificado em caso de contaminação excessiva por água.

Suspensão

O Jimny é construído sobre uma plataforma do tipo chassis com eixos rígidos entre os pares de rodas, mesma configuração de caminhonetes, caminhões, no Troller e no Wrangler. Este arranjo é excelente para quem deseja aumentar a altura da suspensão ou o diâmetro das rodas, também abaixa bastante o centro de gravidade (chassis + eixo + diferenciais baixos) aumentando um pouco a estabilidade em curvas. Como o Jimny não possui suspensão independente, não é necessário preocupar-se os problemas desta tecnologia como empenamento de bandejas ou desalinhamento após um buraco.

Os eixos rígidos funcionam como alavancas possibilitando a movimentação do veículo em trilhas muito severas, em especial aquelas em que as rodas nem sempre estão todas tocando no chão. Os pontos negativos dos eixos rígidos suspensos por molas são a menor altura do solo - o diferencial é obrigado a ficar no centro do eixo e o conforto, uma única roda que passa por um ressalto na estrada, por exemplo, faz o veículo inteiro movimentar-se. Os solavancos são tão intensos que em um trajeto urbano, por exemplo, não consigo levar um copo de Coca-Cola comprado no Drive-Thru do Mc. Donald's sem derramar. Em estradas de terra ondulada, passageiros do banco de trás as vezes chegam a bater a cabeça no teto.

Estes "pulos" que o Jimny dá seguramente serão o principal argumento que sua família utilizará para que você se livre do carro, não é culpa deles, todos estamos acostumados com as modernas e macias suspensões independentes. O motorista usualmente não liga para este desconforto e até acha divertido.

Um dos defeitos da suspensão/direção do Jimny, extremamente comum, é conhecido como "steering wobble" ou, em uma tradução literal, "bamboleio da direção". Uma combinação de folgas nas buchas da direção e do desbalanceamento do pneu provoca intensa vibração do volante em velocidades entre 70 e 90km/h. Este problema pode ser amenizado com um bom balanceamento e reposição das buchas, mas eventualmente volta em maior ou menor intensidade.

Freios e segurança

O Jimny possui freios a disco apenas nas rodas dianteiras, as versões anteriores a 2013 não possuíam ABS mas isso não faz falta pois o veículo é muito leve e conta com uma elevada área de contato com o solo por conta dos pneus largos. A eficiência da frenagem é muito boa, o carro permanece sob controle mesmo em condições mais adversas. A robustez do equipamento se traduz em uma longa vida para os discos, pastilhas, sapatas e tambores do sistema.

Em termos de segurança, o projeto do Jimny não é dos melhores. Carros modernos possuem um desenho que, em caso de colisão frontal, o motor afunda e vai para a parte de baixo do compartimento de passageiros. No Jimny, além do motor ficar na altura do peito dos ocupantes, o chassis inferior impede este "mergulho".

Certa vez li em um artigo que o motivo pelo qual os para-choques aumentaram bastante da versão Samurai para o Jimny era a necessidade de uma zona de amortecimento de impacto adicional, decorrente dos resultados ruins nos crash-tests europeus. Me surpreendeu ver que algumas versões oferecidas pela montadora aqui no Brasil passaram a vir com um para-choques minimalista (para não dizer inexistente) e barras de aço frontais e traseiras acopladas diretamente à estrutura do chassis, ou seja, zero amortecimento de impactos, especialmente para pedestres. O mesmo kit ainda acompanha elevados calços na suspensão que podem afetar o comportamento dinâmico do Jipe nas curvas e pneus de maior diâmetro que podem sobrecarregar o sistema de freios e de tração.

Uma coisa é o proprietário modificar seu carro por conta e risco, outra é uma montadora supostamente autorizada por sua matriz no exterior oferecer um veículo com menos dispositivos de segurança do que o projeto original contemplou. Sinceramente espero que a Suzuki Veículos do Brasil (SVB) tenha argumentos e evidências suficientes para justificar que as modificações realizadas não reduziram a segurança dos passageiros e principalmente de coitados que acidentalmente se encontrem na frente de um. Se não tiver, e é o que parece, espero que tenha bons advogados.

Espaço interno

O Suzuki Jimny é um veículo para dois passageiros que eventualmente (eventualmente mesmo!) pode carregar até 4 passageiros já que largura e a curta distância entre eixos promovem um encaixe "justo" dos viajantes . Motoristas muito altos podem ter problemas para acomodar as pernas, mesmo com o banco 100% retraído. Motoristas de estatura normal podem se sentir incomodados com a botoeira de controle da abertura dos vidros, que rouba espaço do joelho esquerdo, felizmente é fácil se acostumar com isso.

No banco traseiro vão no máximo duas pessoas, como o assoalho é alto, os joelhos tendem a ficar em uma posição elevada e podem causar desconforto em viagens com duração superior a 2 horas. O acesso aos bancos traseiros só pode ser realizado através do lado do passageiro uma vez que o banco do motorista não rebate. Toda vez que o banco do passageiro é rebatido para o acesso, a regulagem de profundidade e inclinação se perde. A posição alta do assento pode levar convidados a bater a cabeça no teto em percursos mais acidentados. Um ponto positivo dos bancos traseiros é o descanso de braço/porta-objetos, bastante amplo nas laterais e a possibilidade de ajustar sua inclinação.

Porta-malas

Antes de descrever a capacidade de carga do porta-malas do Jimny, gostaria de chamar a atenção para um detalhe que passa desapercebido por muitos usuários até que se torna ligeiramente inconveniente. O Jimny foi projetado no Japão, país em que a condução se dá pelo lado esquerdo da vida. A tampa do porta-malas tem as dobradiças do lado direito para que, quando o veículo está estacionado na calçada, o acesso ao compartimento não seja bloqueado pela porta. Ao adaptar o jipe para direção pelo lado direito, padrão no Brasil, faltou mudar o lado de abertura do porta-malas e se você está estacionado na rua, a tampa bloqueia o acesso ao compartimento.

Agora vamos a capacidade de carga. O Jimny, dentro das limitações de espaço que possui, encontrou uma forma interessante de adaptar-se à necessidade de carga dos usuários. O veículo pode ser configurado de 4 formas diferentes conforme descrevo abaixo:

Dois passageiros nos bancos traseiros

Nesta configuração, os dois bancos traseiros são usados por passageiros, um pequeno espaço de aproximadamente 25cm sobra entre a parte de trás dos bancos e a porta traseira. Não cabe nada além de algumas bolsas, a caixa de ferramentas e casacos.

Um passageiro no banco traseiro, o outro banco é rebatido

Como o passageiro só consegue acessar o banco traseiro pelo lado direto, usualmente o banco rebatido é o que fica atrás do motorista. A capacidade de carga aumenta para um valor próximo ao do porta-malas de um carro sub-compacto (Up, Mobi, etc...). Já é possível levar uma mala de viagem grande. Meu Jimny fica 99% do tempo nesta configuração pois já da conta das necessidades do supermercado da semana.

Dois bancos traseiros rebatidos

Como o teto do Jimny é alto, esta opção oferece uma capacidade de carga superior ao porta-malas de um sedan compacto (Fiesta, Prisma, Siena, etc...).

Opção hardcore ou "Jimny Fiorino"

Basta remover 6 parafusos para retirar completamente os bancos traseiros do Jimny, essa operação não tarda mais do que 10 minutos, requer uma única chave de boca de 14mm (ver tutorial) e transforma o jipinho em um guerreiro de carga graças ao assoalho plano. Nesta configuração é possível levar bicicletas (sem as rodas), uma máquina de lavar louças e até um televisor grande.

Bagageiro

O bagageiro superior original do Jimny é funcional, porém é todo fabricado em plástico. O manual diz que suporta até 30kg e eu não arriscaria chegar neste peso, especialmente alguns anos depois que o veículo foi fabricado (a luz UV do sol fragiliza materiais plásticos).

Acabamento

O acabamento interno do Jimny é... espartano. Os componentes internos são peças grandes rígidas de plástico bastante resistentes e fáceis de limpar. Chamo atenção para alguns componentes frágeis que quebram com facilidade como a trava para rebatimento dos bancos traseiros, as tampas dos porta-objetos que ficam no porta-malas, o pino de travamento da porta e o contato elétrico do desembaçador traseiro.

Alguns detalhes do projeto e acabamento do Jimny (são apenas detalhes) podem incomodar:

  • As borrachas das janelas não apoiam bem os vidros quando estão parcialmente abertos, o resultado é uma ruidosa vibração. Existem medidas paliativas para reduzir o problema mas nenhuma é 100%.
  • O trilho do banco de passageiro , sem peso em cima, vibra com um ruído incômodo. As concessionárias costumam deformar um pouco o trilho para fixar melhor o banco e resolver esta questão.
  • Os bancos traseiros também vibra em algumas posições.
  • O isolamento acústico do motor e da caixa de transferência (fica entre o câmbio e o freio de mão) é ruim. Calor e ruído passam para a cabine, o tapete chega a aquecer depois de alguns km.
  • A saída da ventilação de ar, acima dos para-lamas traseiros, não tem a melhor vedação e pode levar poeira em excesso para o interior o carro.

Eletrônica embarcada

Para tornar o artigo sucinto, listo apenas o que o Jimny possui de tecnologia eletrônica embarcada de fábrica na versão standard (nas versões de frotista a quantidade é ainda menor):

  • Travamento automático das portas e do porta-malas
  • Vidros elétricos
  • Travamento remoto das portas
  • ABS (após 2013)
  • Airbag (após 2013)
  • Acionamento eletrônico da tração 4x2, 4x4 e 4x4 reduzida
  • Alerta em caso de abertura das portas com o farol aceso
  • Indicação de abertura de portas no painel
  • Dois hodômetros parciais
  • Temporizador do limpador de para-brisas
  • Retrovisor elétrico
  • Ajuste do brilho do painel (no mesmo botão do hodometro parcial)

Esta pequena lista de itens pode parecer minguada mas é suficiente para garantir uma condução confortável, não tenho nada a reclamar.

A maior queixa dos usuários quanto à eletrônica embarcada está sempre relacionada ao sistema de som, que, apesar de ter evoluído um pouco na versão nacional, ainda está muito abaixo do padrão qualquer veículo "'pé de boi" vendido no país. O problema está relacionado com o espaço limitado disponível na lataria para a colocação das caixas de som, isso reduz o diâmetro dos alto-falantes e consequentemente a qualidade do som. O isolamento acústico não ajuda e, para piorar, o Jimny japonês não vinha nem com caixas de som traseiras.

É possível melhorar bastante o sistema de som do Jimny, graças à facilidade desmontagem do acabamento interno, a instalação de novas caixas de som é relativamente simples, rápida e barata. Arrisco dizer que esta é uma modificação/upgrade que 9 entre 10 proprietários do Jimny  faz poucos meses após retirar o veículo novo da concessionária, ainda na garantia.

Ar condicionado e ventilação

O sistema de ar condicionado do Jimny, apesar de não ser digital, é excelente, dentre os melhores que já experimentei. A alta vazão de ar e a posição elevada dos distribuidores garantem conforto nos dias mais quentes com um impacto quase imperceptível na potência do motor. Para os dias frios também dispõe de ar quente.

O Jimny de série não vem com filtros anti-polem instalados, porém possui o compartimento para instalação do mesmo. Se o usuário deseja um ar mais puro, basta comprar e instalar o filtro (nenhuma ferramenta é necessária).

Desempenho

Para não ser injusto com o Jimny, vou avaliar o desempenho do veículo em três situações:

Na cidade

O Jimny vai muito bem na cidade. A relação de marchas da 1 à 3 é muito bem ajustada e o motor responde bem em baixas velocidades (até 80km/h). O consumo de combustível fica ao redor de 9km/L e a autonomia na faixa de 360km.

Na estrada

A estrada não é o forte do Jimny. O veículo responde muito, muito lentamente em velocidades superiores a 100km/h, a relação quase idêntica na 4 e 5 marchas obriga o condutor a reduzir até a 3 para uma ultrapassagem ou subida mais íngreme. O ruído na cabine sobe muito e o consumo de combustível aumenta significativamente em velocidades de 110 km/h a 120km/h. Acima de 120km/h o veículo dá a sensação de instabilidade. O tanque de combustível de 40L também não colabora limitando a autonomia a aproximadamente 450km (11,5 km/L) em velocidades de até 100km/h. Se você pretende fazer aquela viagem até a Patagônia com Jimny prepare-se para levar galões de combustível no porta-malas e tenha paciência, muita paciência.

Nas trilhas

No modo 4x4 normal a falta de potência pode fazer o veículo sofrer e até morrer em subidas mais íngremes porém, ao engatar a reduzida não há nada que fique na frente deste trator, nada mesmo! Com 4x4 engatado o consumo sobe para 7km/L, no modo reduzido chega a 5km/L.

Geral

Snorkel, engates frontais e traseiros, aumento da suspensão, pneus maiores, guincho, bloqueio diferencial, protetores de diferencial, peito de aço, estribos, etc... aumentam substancialmente o peso do Jimny e reduzem seu desempenho na cidade, na estrada e até nas trilhas. O Jimny na configuração original de fábrica encara trilhas bem difíceis e uma de suas vantagens técnicas é precisamente o baixo peso que previne o afundamento das rodas em solos macios. Eu mesmo fiz a besteira de instalar um protetor da caixa de transferência e o mesmo nunca chegou a ser atingido por uma pedra por conta da curta-distância entre eixos do veículo (acreditem, eu tentei!).

Se o proprietário do Jimny é um amante da lama, a única modificação que eu recomendaria é a substituição dos pneus por modelos off-road de mesmo diâmetro. Acredito que existem no mercado veículos 4x4 mais aptos a serem transformados em "árvores de natal" ou "big foots" por conta dos motores mais potentes. Essa opinião, já adianto, é conflitante com o ponto de vista dos aficionados por customizações internet afora...

Consumo de combustível

Fiz um levantamento do consumo de combustível do Jimny desde novo, 2011, até o ano de 2021. Durante estes 10 anos todas as revisões foram realizadas na concessionária conforme o manual.

O resultado pode ser visualizado aqui.

Ergonomia e dirigibilidade

O painel de instrumentos do Jimny possui números grandes e um alto contrate, é muito legível. O posicionamento dos comandos, do volante e da manopla câmbio também são bastante ergonômicos e confortáveis.

A visibilidade é ótima, janelas laterais grandes quase eliminam os pontos cegos, os espelhos retrovisores laterais são enormes fornecem um bom campo de visão. A altura do solo também ajuda muito na navegação urbana. É o veículo com a melhor visibilidade dentre todos que dirigi ao longo da minha vida.

A direção hidráulica do Jimny é baseada na tecnologia de esferas recirculantes, a mesma utilizada em caminhões e possivelmente uma das configurações mais robustas existentes no mercado. Uma característica deste sistema é uma pequena folga no volante que faz com que o mesmo gire solto por aproximadamente 2cm antes que inicie a tração da barra de direção, isto não é nenhum problema mas pode causar estranheza com quem está acostumado com a tolerância milimétrica da direção de pinhão e cremalheira dos veículos de passeio. Não é necessário fazer muito esforço para movimentar as rodas do jipe, mesmo com pneus largos, porém não será possível manobrar em um estacionamento girando o volante apenas na palma da mão.

Uma combinação de características, dentre elas a curta distância entre eixos, a reduzida largura e o elevado ângulo de inclinação das rodas permitem que o Jimny tenha um raio de curvatura muito pequeno. Isso se traduz em uma alta capacidade de realizar manobras em espaços restritos, isso vale para trilhas, para estacionar em um Shopping ou até para desviar de obstáculos e acidentes no percurso.

De uma forma geral a dirigibilidade do Jimny é excelente, proprietários que conheci frequentemente usaram os adjetivos "divertido" ou "cabe em qualquer lugar" descrever a sensação de conduzir o jipe. Eu pessoalmente, quando estou em outro veículo, sempre reclamo da capacidade de manobra e da visibilidade limitadas.

Manutenção e serviço técnico

Conforme comentei anteriormente, o Jimny é um veículo extremamente robusto com manutenção relativamente simples com peças de fácil acesso e que não exigem ferramentas especiais "proprietárias". Dizer que o veículo "não quebra nunca" não é um grande exagero.

 Componentes de reposição frequente como filtros, óleo, bujões, lâmpadas, correias, bateria, paletas do limpador de para-brisas, o próprio para-brisas, fusíveis e pneus seguem padrões de mercado e podem ser facilmente encontrados em qualquer loja de auto-peças por preços bastante em conta. Algumas peças mais caras de reposição não tão frequente como amortecedores, embreagem, discos, pastilhas e tambores de freio não são tão abundantes mas podem ser compradas de importadores no MercadoLivre por preços muito em conta.

Peças de baixa demanda ou de baixa frequência de reposição como para-choques, faróis, acabamento, diferenciais, câmbio, cabos, centralina, retrovisores e funilaria, em geral, são muito difíceis de serem obtidas fora da rede de distribuição nacional da Suzuki, evidentemente porque a quantidade de Jimnys circulando é muito pequena e não interessa aos pequenos importadores. Peças originais Suzuki nas concessionárias chegam a ser 4x mais caras porém o sistema de logística e estoque da montadora é eficiente e dificilmente o consumidor vai esperar semanas ou meses por um componente.

Apesar da manutenção simples, nem todas as oficinas possuem os manuais de manutenção com a regulagem e tolerâncias dos componentes mecânicos. Um caso emblemático disso são as casas de pneus (mesmo das grandes marcas) que dificilmente acertam o balanceamento e o alinhamento da direção levando ao problema do "wobble" já mencionado. Felizmente existem algumas oficinas especializadas em Suzuki pelo brasil que sabem bem o que fazem e são sempre uma alternativa às concessionárias.

Por falar na rede oficial, pelo menos na cidade de São Paulo, não tenho nenhuma reclamação do atendimento da Suzuki - utilizei serviços de três concessionárias e atualmente visito a RAKKI da Nações Unidas, muito pelo contrário, até elogio. O atendimento costuma ser rápido e eficiente, a garantia é honrada sem "mimimi" e os valores não são altos em comparação com as grandes montadoras (Ford, VW e FIAT, por exemplo).

Seguro

Por ser um utilitário esportivo de uso misto, nem todas as seguradoras aceitam cobrir o pequeno Jimny. O valor é relativamente alto para o porte do veículo, porém não chega nem perto dos patamares exorbitantes cobrados para os irmãos 4x4 Diesel. O meu Jimny importado 2011 teve o preço do seguro na faixa de R$ 1800,00 em fevereiro de 2017 (5% do valor da tabela FIPE).

Comments

Todas as unidades do Jimny possuem esse defeito, é causado por uma série de fatores combinados:

  • Pressão nos pneus
  • Balanceamento
  • Desgaste das buchas das barras estabilizadoras (requer a substituição das buchas de borracha)

As concessionárias mais experientes já sabem como atenuar esse problema. Nunca fica 100% mas é suficiente para você não notar a vibração no dia-a-dia.

 

Submitted by Filipe on Thu, 01/25/2018 Permalink

Ótimo post pra quem tá iniciando ou gostaria de entrar nessa jornada que parece ser bem prazerosa. Estou negociando um Jimmy 4sport 17/17 c/ 14mil km vindo direto da fábrica da Suzuki em Catalão/GO. O carro está bastante novo e acredito ter sido utilizado no ano passado em testes drive e workshops prós jornalistas, etc. Não teve ter entrado em grandes aventuras e sim em ambos controlados nas pistas de terra da fábrica, estou correto? 

Carrinho ainda na garantia de fábrica, com histórico bom, por 66mil (IPVA 2018) incluso. O que acham? Pego? Rsrrsssrsr, estou saindo de um UP! tão pequeno quanto, fiz um teste drive e curti....já meti o UP! numas roubadas (trilhas) e sempre sonhei em voltar com o veículo correto....

Att.

Submitted by Leonardo Rossi on Thu, 01/04/2018 Permalink

Tenho um Jimny mod.2015 com 70mil KM. Esta com problema no cambio, mandei na revenda autorizada suzuki e me pediram 3mil de mão de obra + quase 6mil de peças. Já escutaram de algum caso parecido? 



Tendo em vista que o problema é oculto, e quando estavam analisando o problema junto ao mecânico da autorizada, ele me disse que nao é por mal uso, que deveria ser um problema de peças e provavelmente a fabrica faria a troca sem custos... mas a resposta da fabrica foi apenas um desconto de 40% em cima das peças. Com isso, para ter o meu carro rodando, terei que pagar aproximadamente 6600 reais entre mao de obra e peças. 



Alguém sabe me orientar como proceder e quais os meus direitos? 

Fique atento, pois pode ser justo isto: "defeito oculto/vicio no produto".



https://www.youtube.com/watch?v=SMSfRMVyDdM

Quem não faz as coisas direito acaba tendo que refazer. Foi o caso da Suzuki, que levou um puxão de orelha do Procon e foi obrigada a fazer um novo chamado de recall para o Jimny. 

http://carpress.uol.com.br/noticias/307-procon-obriga-suzuki-a-fazer-no…

14/07/2014 - 08h00

NOTÍCIAS    > RE-RECALL

Procon obriga Suzuki a fazer novo comunicado de recall do Jimny

Parafuso de fixação do tirante auxiliar da suspensão dos eixos pode soltar.

Em comunicado no dia 24 de junho, a empresa deixou de informar os riscos e implicações que oferece à saúde e à segurança dos consumidores, conforme determina a legislação.

 

Modelo diferente, mesma montadora. Ano diferente, mesma montadora. Vale pesquisar e buscar seus direitos.

Problema identificado no câmbio pode provocar quebra do eixo de mudança de marcha

A Suzuki do Brasil acaba de anunciar a realização de um recall envolvendo o SUV Grand Vitara. Segundo anuncia a empresa, cerca de 4.741 unidades devem voltar às concessionárias para reparar uma falha identificada no eixo de mudança de marcha das versões equipadas com câmbio manual. O problema afeta exemplares produzidos entre 2008 e 2013, todos importados do Japão.

Olá Leonardo. 

Peli que relata, na oficina autorizada foi sugerido que poderia ser um problema de fabricacao da peça. Entendo que o desconto de 40% no custo da peça,  oferecido pela fábrica,  confirma a hipótese do mecanico.

Nos termos técnicos de quem lida com o direito do consumidor isso se chama “ vício oculto”. Trata-se de uma peça que apresenta problemas tempos depois devido a problemas de fabricação. 

Nestecaso, o melhor caminho é procurar o PROCON. Eles tratam diretamente desse assunto com a fábrica e, muito provavelmente, terá seu carro reparado a custo zero. 

Soube de outros casos em que isto ocorreu (não é boato, lhe asseguro) e o resultado sempre foi positivo para o consumidor. 

Boa sorte

Submitted by Marcel T. R. on Thu, 10/26/2017 Permalink

Daniel. Muito legal o seu relato. Ótimo texto. Inclusive, já usei alguns links seus para instalação do falante dianteiro e voltei agora a verificar outro para instalação do falante do meio. 

Tenho um 2011 HR. Realmente ele é um carro um pouco instável após os 100km/h, mas após instalar uma suporte e o guincho(acho que uns 30kl) o carro ZEROU e não percebi ficar mais pesado!!! Com essa mudança, ficou super estável. Instalei também, meses depois, molas e amortecedores ARB e o carro ficou muito mais macio e atropela "as costelas" com muito mais aderência. Se você abaixar o pneu para 16 libras nas estradonas de terra, pode acelerar com vontade que o "brinquedo" vira carro de rally.

Porém, estou ciente do risco de atropelar alguém com esse equipamento dianteiro. Vixi..nem quero pensar.

Agora acabei de trocar o parachoque dianteiro por um de fibra modelado artesanalmente, mantendo mais ou menos como era, porém o ângulo de entrada melhorou um pouco, além de ter ficado mais bonito e exclusivo.

valeu.

Bom dia Marcel, tudo bem?

Muito interessante o seu relato referente a substituição das molas/amortecedores e a pressão dos pneus, parabéns.

Poderia por gentileza informar onde fez a substituição das molas/amortecedores e quanto pagou?

Referente a pressão dos pneus em estrada de terra, gostaria de saber como chegou ao número 16 libras e qual era a lotação do veículo?

Desde já agradeço,

Att,

Marcelo Matos

Submitted by Alexandre Barboza on Mon, 08/28/2017 Permalink

Possuo um HR 2010. Adoro o carrinho. O único problema mais sério que tive com ele foi um rompimento do radiador, por absoluto descaso do proprietário anterior. O mesmo rodava sem aditivo algum, e quando fui fazer a manutenção do sistema ocorreu um grave vazamento. Portanto, tomem cuidado com esse item, usem os aditivos indicados. No mais, é um relato realmente acurado dos problemas e qualidades. Como citado no artigo, as peças são extorsivamente caras pelo porte do carro. Tenho 50 anos, portanto meu seguro ficou em 1800 reais no final de 2017. Problema que estou passando no momento: pneu. Os HR, versão local do veículo, usam originalmente pneus Scorpions 215/75/15....medida difícil de achar, é um pneu razoável para asfalto e terra, péssimo para barro.... porém, acredito que a Pirelli não esteja fabricando mais o modelo, dada a dificuldade de encontrá-lo. Quem possui os modelos com suspensão elevada, a melhor opção é o BF Goodrich ALL Terrain na medida. Enfim, um excelente carro, que já está se queimando pela ganância das autorizadas com duas peças absurdamente caras. Por isso, infelizmente, pretendo trocá-lo por outro utilitário. 

Alexandre Barbosa. Realmente não tem como comprar as peças na Suziki na concessionária. A melhor opção é comprar em lojas especializadas Suzuki na internet. Aqui em SP tem duas lojas grandes - Suzucar e Alternativa4x4(essa é perto de casa) Sobre o seguro, acabo de renovar o meu por R$ 2000 por 4 anos. Tenho 42 anos, porém não uso o seguro a quase 15 ou 20 anos, aonde acabei entrando com alguns benefícios interessantes. Sobre o pneu, uso o BF Goodrich ALL Terrain faz mais de 3 anos. Pode comprar, pois é bom na terra e asfalto, além de gastar pouco fazendo rodízios constantes(5 mil de preferência para gastar menos as laterais).

Submitted by Luiz Fernando Schelp on Thu, 08/24/2017 Permalink

Apreciei a iniciativa do jimnyeiro de abordar seus prós e seus contras a respeito do carro. Tenho um jimny a três anos e, mesmo sendo a versão nacional (2013), posso ver que o parceiro fala de algo que conhece. Se alguém pensar em comprar o carro, recomendaria a leitura desta avaliação.

Submitted by Carlos on Mon, 08/14/2017 Permalink

Daniel,

Parabens pelo artigo sobre o  jimny  muito legal,  

sempre tive duvidas com relação ao desempenho em estrada, achava que o problema era comigo, pois como rodo muito em rodovias, a 3.000 rpm, chegava com muito sacrificio a 100km/h ( motor 1.3) nao entendia muito esta relação.

O dono da concessionaria me falou que por ser um motor de 16v, devo andar acima de  4.000 rpm para que o motor se solte e atinja a velocidade de 120 km de forma mais tranquila, isto procede? ou é lenda? 

Outro ponto que achei interesante foi questão  da trepidação  no meu caso ao chegar a 80 km/h, foi resolvido com balanceamento, mas depois acaba voltando mesmo.

Eu tenho um jimny 4 sport 2016 rodo diariamente cerca de 140 km. o consumo gira em torno de 11,5 a 12 km/l. estou muito satisfeito com ele.

inté

Carlos - Taubaté SP

 

Ola, Carlos,

Segundo o site da Suzuki, o torque máximo do Jimny ocorre nos 4100 rpm. O dono da concessionária está certo.

Chegar aos 4100 rpm em cada retomada é algo que eu gostaria de ver um dono do jipe fazendo, é muito barulho e um baita impacto no consumo de combustível. Quem sabe a próxima geração do Jimny não vem com o motor do novo Vitara...

 

Carlos, pelo q entendo de motores, realmente 16v tem folego para giros mais alto(se saem melhor em rodovias), porem depende muito do escalonamento das marchas, nao tenho um jimny mas pelo que estou pesquisando essa falta de folego fica por conta da potencia e do torque, o ideal seria encontrar a curva de torque dele pra saber em qual rotação ele se sai melhor.

Submitted by Marcelo Parise on Sun, 08/13/2017 Permalink

Obrigado pela avaliação! Muito detalhada, excelente!! Parabéns!!

Submitted by Felicio Nery R… on Mon, 08/07/2017 Permalink

Também tenho um Jimny HR 2011, hoje troquei o kit de embreagem e as duas correias do motor... nem preciso descrever o carrinho, assino embaixo no relato feito pelo Daniel... 100% em sintonia com meu jipinho!!! Parabéns!

Submitted by Ronaldo Valentim on Wed, 07/26/2017 Permalink

Daniel,



Parabéns pelo texto!

Muito esclarecedor e interessante.

Submitted by Marco on Thu, 07/20/2017 Permalink

Tb gostei do relato. Parabéns! Apenas uma "correção", pois o Jimny não possui porta-malas; sempre que me perguntam do meu, digo com orgulho: possui o maior porta-luvas traseiro da categoria!

Submitted by Gil Vicente Va… on Sun, 02/26/2017 Permalink

Muito bom o seu relato, Daniel. Ainda assim, queria ter um esclarecimento. Você diz que  "O único descuido neste projeto são os cabos elétricos do sistema de acionamento da tração, que vão para a caixa de transferência. Eles estão relativamente expostos e podem ser arrancados por um galho, recomendo um reforço e atenção na proteção dos mesmos." Ao mesmo tempo você diz que "Eu mesmo fiz a besteira de instalar um protetor da caixa de transferência e o mesmo nunca chegou a ser atingido por uma pedra por conta da curta-distância entre eixos do veículo (acreditem, eu tentei!)." Afinal, você recmenda colecar o protetor de caixa de transferência ou não?

Submitted by Gil Vicente Va… on Sat, 02/25/2017 Permalink

Muito bom o seu relato, Daniel. Ainda assim, queria ter um esclarecimento. Você diz que  "O único descuido neste projeto são os cabos elétricos do sistema de acionamento da tração, que vão para a caixa de transferência. Eles estão relativamente expostos e podem ser arrancados por um galho, recomendo um reforço e atenção na proteção dos mesmos." Ao mesmo tempo você diz que "Eu mesmo fiz a besteira de instalar um protetor da caixa de transferência e o mesmo nunca chegou a ser atingido por uma pedra por conta da curta-distância entre eixos do veículo (acreditem, eu tentei!)." Afinal, você recmenda colecar o protetor de caixa de transferência ou não?

Bom dia,

Existem outras formas de proteger os cabos como passa-los por um conduite.

O protetor agrega peso ao carro e como você deve ter percebido, prefiro um veículo leve e ágil a um pesado e lento.

Atenciosamente,

 

Obrigado pela resposta, Daniel. Mas a caixa de transferência em si, não mereceria uma proteção? Pergunto isso porque uma proteção em metal para a caixa pesa menos de 2 quilos, não sei se afetaria de forma significativa a leveza do Jimny. A meu ver, a maior consequência seria uma maior trepidação e barulho que essa proteção proderá provocar, caso fique frouxa. Não acha?

Recomento muito a instalação de protetor de caixa de transferência , tive a tomada do motor acionador quebrada por um galho e em outro evento uma pancada em uma pedra que fez um pequeno furo na caixa de transferência .

 

Submitted by Filipe on Wed, 01/25/2017 Permalink

Excelente relato, Daniel!

Muito bem detalhado em cada peculiaridade do carro... Identifiquei-me várias vezes nas situações apontadas, desde o quebra-quebra dos pinos de rebatimento (malditos funcionários brutos de lava-jatos) até o sofrível som do japonês, que prontamente substituí (com sua grande ajuda, frise-se, no relato do site). Eu, como também usuário há 3 anos do carro, discordo de muito pouco, talvez pelo uso que faço do carro, talvez pelo tipo de relevo e de trilhas que tenho por aqui no RN.

Por exemplo, o snorkel, ao meu ver, é imprescindível pra quem pretende usar o carro fora da cidade. Já vi muito Jimny beber água ou molhar o filtro (onde não passou nem perto de flutuar), seja pela velocidade de entrada no alagado, seja por buracos inesperados em travessias ou por atoladas imprevistas em trechos aparentemente fáceis. O snorkel é um investimento relativamente baixo (aproximados R$ 700,00 no renomado OGZ) que podem evitar um calço hidráulico e muita dor de cabeça com um motor que não precisaria ser aberto tão cedo. Pra mim é um baixo preço pra se andar tranquilo na trilha.

Outro ponto que penso diferente é no que atine ao sistema de acionamento do 4x4. Concordo que é muito prático, de fato. Acho muito conveniente apertar um botão e sair de um terreno complicado. Entretanto, acho a confiabilidade baixa. Uma vez que se perde a confiança é difícil apertar o botão e não ter um pensamento receoso de "será que vai engatar?". Já vi muita (muita mesmo) gente com problemas no sistema, inclusive eu.

O sistema a vácuo tem muitos componentes passíveis de falha: as mangueiras do vácuo podem se romper, as válvulas de liberação do vácuo são caríssimas e por vezes dão problema, o vacuostato é passível de queima sem aparente motivo, o filtro anti-retorno pode entupir, as rodas-livres automáticas às vezes dão problema e os plugs elétricos comumente sujam e impedem acionamento, ou os fios ligados aos sensores se partem.  Esses problemas se devem principalmente ao uso do carro em trechos de lama, água ou outras impurezas inerentes às trilhas. O acionamento eletrônico também peca: o atuador, motor elétrico que substitui a manopla, não é totalmente à prova dágua e esporadicamente oxida, perde a condutividade do sistema interno e precisa ser recondicionado ou susbtituído (também já precisei trocar e conheço outras várias pessoas que passaram pelo problema). Não é uma peça barata nem um serviço que qualquer autoelétrica sabe fazer.

Pra mim, o ideal seria ter o acionamento manual da caixa de redução, com o acoplamento das rodas-livres pelo sistema a vácuo (não acho inconveniente o engate manual de modo nenhum, mas a descida para acionamento das rodas livres pode ser um problema em situações adversas de lama inesperada, chuva etc.). Já tive, também, problemas de rompimento dos fios dos sensores de posição da redução (necessários ao acionamento elétrico), que inutilizou os botões no painel até reparo (como você mesmo ressaltou, a posição vulnerável colabora, e hoje uso um protetor de redução da newtrack para evitar nova dor de cabeça. Um simples galho pode partir o fio e deixar o carro sem ligar ou desligar a tração).

Ressalto, nas suas observações, um (ao meu ver) retrocesso, que foi a retirada dos assentos (e não encostos) traseiros bipartidos como eram os modelos 1999-2003, além do parachoque dianteiro muito grande (poderia ter sido mantida a proporção dos antigos, também, sobretudo considerando que todos eles são completamente ocos, sem qualquer tipo de espuma para amortecimento de impactos), pois bate muito fácil em obstáculos simples, dunas, e etc. nas trilhas.

Pra mim, sabendo disso tudo, o carro é apaixonante. É um brinquedo em escala da vida real. É meio que um estilo de vida, se troca o final de semana na cidade pelo passeio pela orla, pela subida de serra, pela trilha com os amigos. É um facilitador de grandes amizades, uma aula de mecânica, um prato cheio pra quem gosta de carro e de mexer em carro. Com uma chave estrela e uma 14 se desmonta tudo. Manutenção básica, óleos, filtros, correias, velas e pronto. Já estou no meu segundo e não pretendo trocar tão cedo.

Parabéns pelo relato!

Submitted by Nelson on Mon, 01/16/2017 Permalink

Muito boa (crítica) avaliação Daniel! 

TAmbém possuo um 2011 (HR) e alguns pontos que observaria/incluiria: a menção a quilometragem que está, o consumo atual ( o meu, já fez 14km/l em estrada, mas não está mais fazendo isso. Acho que são as velas....). Outros pontos interessantes e relacionados: qual vela está usando, se trocou suspensão, etc

 

Um ponto que não entendi (ou então discordo) é o fat do eixo rígido abaixar o centro de gravidade. No meu entender, ele levanta o CoG. Por exemplo, um vitara em inclinação lateral, reduz a dist. minima do solo, o Jimny (bandeirante, Defender), aumentam, e isso eleva o CoG. 

Outra coisa que discordo, é sobre o snorkel (embora ainda não tenha instalado o meu). Já passei em águas bem altas, acima do sifão, mas por breves momentos. Em travessias mais profundas, se consegue umas pessoas para aumentar o peso do bixo, seja em pé em estribos, parachoque sentado no capô. São situações extremas, mas comumente encontráveis no RJ, SP, BH e POA, quando chove. 

Quanto a outro ponto positivo: É muito raro se roubar Jimny. Eu atravesso SP na madruga tranquilo, vindo do RJ para o RS, o que não rolaria com os outros 4x4 à venda no mercado. 

Sobre o para-choque: em um engarrafamento, dei um tótó num honda city. Não ocorreu nada no Jimny (já no honda...), mas o para-choque, não nem alma, ao contrário da tracker/gran vitara I. Então não acredito que qualquer parachoque faça muita diferença no crash test...(todos, creio, abaixo da média). No entanto, uma matéria canaense revelou que um dos carros mais seguros lá (Honda civic), tem uma das maiores  taxas de acidentes com óbito, devido a desvantagem na batida com suvs altos. (http://news.nationalpost.com/news/canada/larger-vehicles-may-make-canad…). Não é exatamente uma "vantagem" e certamente merece uma reflexão ética mais ampla do que apenas comprar carros grandes.  

abraço e mais uma vez, parabéns pela contribuição!